"Sou meio como um mosquito num campo de nudismo; sei o que quero fazer, mas não sei por onde começar." - Stephen Bayne





sexta-feira, 30 de abril de 2010

um 'era uma vez' sem 'felizes para sempre'

Por que o tom de voz?
De quem não quer nada mas quer tudo comigo?
Por que o tom de voz de perdedor tentando fazer de mim sua unica vitória?
Por que o tom de voz achando que a minha solidão é fruto do seu vazio em mim?
A doçura dos seus lábios me fazem crer na incerteza do amanhã, a doçura do seus labios parecem cortar a minha reputação...
E que amanhã você mantém?
Não enxergo mais cristais no seus olhos capazes de iluminar minhas vontades...
Não vejo sinceridade no azul mais profundo, nem na lisura do seus cabelos ilusórios...
Você disse que tudo ficaria bem, mas deveria ser tudo da minha imaginação.
Você destruiu minha imaginação.
Gritou com o meu eu lirico e apagou a luz da minha criatividade.
Esqueceu que o hoje é muito breve e que o amanhã tá muito longe pra ser calculado...
Você - metaforicamente falando -, me afogou.
Em lágrimas... em armadilhas... em amor.
Em um amor eterno que chegou ao fim.
Um amor tão eterno que seu ponto final foi como ele...
O problema disso tudo é que falta verdade, ou na lata (sem eufemismos): é mentira.
Você, as lágrimas, o amor...
Nada existiu.
Mas agora, vejo a minha infelicidade, por saber que não tenho nossa história pra contar.
Que não tenho a sua ausencia pra sentir, seus labios pra olhar, seu rosto pra beijar...
que não tenho sua mentira pra chorar, seu carater pra lamentar ou nosso amor pra invejar...


que não tenho nosso conto de fadas paradoxal pra mostrar ao mundo o que NÃO é o amor.

Seu Pires Inspira

Tudo muito novo, muito bonito
Muito branco, muito azul, muito claro...
esquece tudo
e vem comigo...

Esquece comigo
E vem com tudo...
e bebe umas...
brindando a vida
brindando o amor

Tá tudo muito na cara
tá tudo muito no seu sorriso
o branco do sorriso

dá pra sentir?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

imProviso

Palavras postas por pessoas (não) pertinentes. Podia poemar pondo palavras proferidas por p., mas não to afim.

Não faz sentido, gente inútil, pra que dizer o que não quero ouvir? Pânico, dramaticidade. E novamente o Rei do Mundo fala, o dono da razão, o dono do seu chão (mas só seu).

Polêmica de minha vida, pra que o blablabla? A irracionalidade, o que eu não quero escutar? Pra que o teu sermão? Por que palavras sem significado, psicografadas por pessoas inexistentes, almas passadas, sem cor nem escrita, passado? Por que palavras paradoxais interminaveis e sentidos indeterminados?

Por que não fazê-lo?

Por que não emocionar? Agir, amar? Por que não fazer das palavras seu dia, seu ar?

Por que não proferi-las em prol da liberdade e não da inutilidade do seu ser?

Por que a mania de ser Rei do Mundo, do português, do NADA, quando a minha passionalidade é mais bonita do que seu vasto conhecimento? Guarde-o pra você.

Por pena, posso pegar prazer pra por perante pares, pai, padres, podres. Por pena......
eu cansei... mais palavras com p.
Mais insanidade,insanidade...
mais plurais, mais...
mais pestes, pragas, poréns.

Não quero mais suas palavras quando não forem de poetas. Não quero mais palavras quando não forem Por amor.

Pronto,
obrigada pelo seu silêncio.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Você pediu, tá escrito.

Com cores de mar,
cores cheirando à natureza,
com um sorriso de criança,
um ar de inocência...
desaparecendo com o vento nos cabelos dela...
a vergonha por trás do seu olhar de mar, seu olhar de amar, seu olhar de natureza...
sua indiferença diferente,
sua insegurança segura,
sua passionalidade racional,
o maior paradoxo...

Tão forte por dentro, atitudes definidas, objetivos traçados, minha matriz...
Através desse meu espelho, consigo enxergar a profundidade do meu eu, quer dizer, a profundidade dela...
Consigo enxergar a sua fraqueza, a sua dor, a minha dor,
o olhar de criança jorrando lágrimas de desespero, desilusão...
uma racionalidade depressiva, tentando ser exalada pelos movimentos do seu corpo,
exibindo suas curvas pra quem quisesse ver,
e apreciar.

De olhos fechados,
ela se transportou...
mas adorava fazer isso...
adorava a espontaneidade,
o amor, o abismo, os obstáculos, a dificuldade...
adorava ser quem não era,
adorava ser adorada, e era,
todos os dias.
(mas disso ela não sabia)

Permitia que a machucassem, e pisassem em suas feridas...
não ouviu o que disseram: "não espere muito dos outros"...
jogava os cabelos perfumados, com cheiro de ambição,
mas sem certezas e definições...
Ela sabia o que queria,
mas não sabia por onde começar...
E eu já ouvi essa historia antes.

Inteligente, culta na sua simplicidade,
mas olhos de esmeralda.
Muito grande, mas poucos podiam enxergar essa grandeza.
Muito maior que grande...
tantos pensamentos no papel, tantos fora dele...
tanto pra viver...
às tres da manhã só sabia de sons e movimentos,
de trilhas sonoras de todas as vidas que teve.

Só sabia viver, como um ser humano normal,
como qualquer um, como eu.
Sabia se expressar, mas tinha medo de errar, tinha medo do fracasso, da inferioridade, da decepção.
Tinha tudo e nada ao mesmo tempo.
Era marionete do amor, vítima da paixão e súdita da felicidade.
Se feria, mas levantava com meus sorrisos...
tinha mais sorrisos...
sintonia comigo, com a vida, consigo mesma.
mas se confundia com o inexistente, pois queria existir mais do que si mesma.
Achou que era pouco, mas era mais do que muito: era eterna.

Ela se eternizou nos meus pensamentos em 1 dia,
se eternizou no meu coração em 1 mês,
se eternizou na minha vida em 1 segundo...
no meu espirito, na minha energia...
mas não sei mais de quem eu falo...
ela tem esmeraldas no rosto, eu sou priscila, malu, carol....
mas tenho seu olhar no meu rosto.
Meu espelho, uma sintonia inacreditável...

Tudo isso nao passa de uma mera descrição numa terça feira,
mas para defini-la, preciso de uma vida inteira e,
se isso for suficiente, eu explico como foi uma amizade eterna,
mas isso só no dia da minha morte,
ou da dela,
também já não sei mais...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amor para tudo e todos...

Não se desespere
é muito amor
amor muito, alem dessa vida
só encoste em mim...

consegue sentir o coração?
consegue sentir meus ossos nos teus ossos?
minha voz no teu ouvido?
meu beijo no teu pescoço?

não fale...
cala a tua boca e escute o silêncio comigo.
ele não é lindo? o som dele, não é lindo?
eu e você, e mais nada...

eu quero nosso vinho,
quero nossa eternidade,
quero o clichê,
e não sentir saudade...

escuta comigo,
escuta a minha surdez,
repara na minha cegueira
eu perdi meus sentidos
seu amor corroeu meus sentidos
minha vida
meu eu...
me enxerga alem do que você pode ver~
porque eu já não enxergo mais
de tanto amor.

Urca





Pernas, pontes, cabelos,
uma modelo sorrindo,
mas o Rio é mais bonito...
estou em outra dimensão.

Fuja comigo então,
estou em outra dimensão...

Muitas cores, pombos, cores,
barulhos, garrafas pet num mar escuro
tudo muito perto de voar,
perto do aeroporto,
deixe-me voar então,
pra perto de você...
em outra dimensão.

desejos, verdes, desejos verdes...
procuro uma nuvem
mas só vejo sorrisos.
procuro branco
mas estou em outra dimensão,
a minha dor é colorida...

balanços, cimentos,
poesia cinematográfica...
uma outra dimensão,
é a minha maravilhosa cidade,
tirando o clichê de dentro de mim...

Ele me abraçando,
abraçando o Rio,
grade envolvendo sua paixão,
eu estou em outra dimensão,
então voe comigo,
pra outra dimensão...

sábado, 24 de abril de 2010

Faz sentido pra mim....

Acordei. Mais um dia normal, sabendo que depois começaria com mais um texto normal também...
A claridade batia nos meus olhos como raios solares no rosto sem o protetor. A persiana fechada não era o suficiente pra combater os raios uv e, por isso, me sentia numa praia no Sol de 12h, entretanto, a temperatura do ar condicionado marcava 17ºC, o que significava estar no inverno de Orlando, ou quase isso... Levantei com a minha disposição de todos os dias - incrivelmente boa, juro - apesar de ter dormido só 4 horas e meia, pois o Sol nasceu quando fechei os olhos. A noite anterior tinha sido boa, boa não, MUITO boa, e meus pés provavam isso: eles ainda doíam por terem ficado mais de 5h em cima de um salto gigante vermelho, tentando se equilibrar no chão perfeitamente elaborado (not) no Jockey...
Anyway... acordei e vi que não tinha muito tempo pra começar direito meu novo dia, pulei com o pé direito do colchonete improvisado, peguei um toddynho na cozinha e tomei meu remedio de cada dia. Voltei pro quarto do computador (que tinha colchões em vez de cadeiras!), senti novamente o carpete quente e gostoso, mesmo ainda a 17ºC de Orlando... o Sol batia nos olhos dela, mas estavam cobertos por um tapa-olho, tirei-o, e saiu da minha boca o comentário que sai sempre no dia seguinte de todas as noites que nós passamos juntas: ontem foi foda, né?. Mais uma festa boa, mais momentos bons, mais "tik tok's", mais sorrisos, danças, mais tudo, mais um dia de amizade com alguém que surgiu tão.... de repente.
Passei as fotos pro computador, entrei no orkut, facebook, twitter, msn.... todos com "meu santo é forte pra caralho", e eu nunca vi uma coisa dessas, mas pelo visto São Jorge em seu dia provou gostar MUITO de mim, porque depois da meia noite (iniciando sua comemoração no feriado), decretou: hoje a noite é dela..... ninguém vai atrapalhar! VALEU AMIGOOOOOOOOOOOOOOOO.
Tomei banho correndo (mas antes briguei com a minha irmã, como já é clichê matinal...... ou diário). Botei uma roupa, ela reclamou, falou que eu tava descombinando. Troquei, fiquei mais estilosinha com uma regatinha preta colada, um short jeans e um colete de renda branco, acompanhado do meu rayban de borda branca, e meu brinco de perola, ok, eu tava pronta pra mais um dia. Entramos no carro, com destino à Copacabana. Nesse trajeto, lá se foi a primeira briga... nem lembro porque, mas foi uma longa e chata briga, envolvendo todos da minha familia e pela primeirissima vez na minha vida inteira: todos estavam contra mim, e eu só lembro disso... eu deveria realmente estar errada, o que não acontece muito - modéstia parte. Sempre tive mania de ser justa com tudo e com todos, e dessa vez provavelmente não estava sendo... vou tentar não errar de novo.
Pegamos a vovó, batom borrado, não me enxergava, mas tudo bem, eu gosto dela mesmo assim (:
Ah,vimos também meu anjinho de ébano, Daniel, coisa mais linda, cada dia mais fofinho e parecido com a mãe...
Destino agora era Niterói, pegar a ponte. O Sol parecia não muito feliz como de manhã, ele desaparecia aos poucos em meio a nuvens ralas. Mas sentada no banco perto da mala, ainda sentia os raios ultravioletas ultrapassando o vidro... Ouvia "The Hill" do filme "Once", mas sentia que não seria APENAS UMA VEZ que eu escutaria essa música.... foram umas três seguidas, só observando as catástrofes da cidade do outro lado da Baía de Guanabara... só terra e mais terra, barrancos destruidos, isso porque só passei por Icaraí, o caminho da Niemeyes e Charitas... chegando em Charitas, depois de passar por casas quase cinematográficas com vistas esplendorosas ameaçadas pela chuva, chegamos ao Olympus, pela 2ª vez, e não pior nem melhor, foi basicamente igual. Harumaki de camarão com catupiry e hortelã de entrada - com shoyo, só pra ser diferente de todo mundo. Provei as entradas de quase todo mundo.... carpaccio de carne, escargot, casquinha de siri... ou pelo menos provei com os olhos, senti que tudo estava muito bom, mas eu não dispensava meu pãozinho com manteiga e sal.
Chegou meu prato, que parecia infantil: troquei a batata rostie por batata frita, e pedi o molho de mostarda dijon à parte. Então vieram dois bifes de filet mignon com batata frita, parecia que havia voltado pros meus 10 anos, mas vocês tem que concordar comigo: não existe coisa melhor.... Raspei o prato.
Levantei antes da mesa, fui lá pra fora tirar umas fotos, e tive um momento de reflexão... o pescador sentado no banco olhando o mar, a cada 20 segundos ele levantava e andava pela beira da água, e depois voltava pro seu canto. Que reflexão será que ELE tinha? Por que estava ali? De bermuda branca, sem camisa, barba mal feita e olhar de tristeza, olhou pra mim e sorriu com um ar de pedofilia e, por medo, não consegui retratar o momento, esqueci de apertar o botão. Tirei mais fotos da baía, da areia, das favelas ainda ameaçadas de desabamento, da minha mente em desabamento.... tantas noites mal dormidas, meus pensamentos estavam trocados... parecia que eu estava longe, muito longe dali, talvez em........
algum lugar.
Voltei de Niterói, mas sem ouvir o Ipod. Fiquei com a Nikon na mão esperando alguma paisagem surpreendente ou alguma situação inesperada pra ser clicada, mas não encontrei... minha desilusão apareceu e meu dia começou a ficar mais escuro, eu não tinha mais os raios solares, o protetor, o inverno de Orlando, e nem minha disposição de todos os dias. Foi tudo indo embora... cheguei em casa, morri, fiquei no computador até as 22h tentando me animar, tirar minha dor do corpo, da cabeça... tentei fazer tudo pra minha sexta-feira a noite não o reflexo de uma depressão - e não foi.
Tive a melhor noite dormida da semana, haha. Dormi por 15 horas seguidas, isso existe?
E acho que tirei a conclusão de tudo isso: uma vida perfeita tá longe de ser nights, garotos, bebidas. Uma vida perfeita é a aceitação da historia que você cria, tentando a cada dia aperfeiçoar os seus momentos, SEM torná-los exemplos de perfeição, sacou?
Eu vou voltar a viajar na minha mente, talvez eu encontre a explicação de porque um ponto final pode ser tão bom na vida de alguém...... é, tudo leva a um novo começo.



Desculpem os meus erros de português (se houver), nunca leio depois de escrever. E Ah! Se não fizer o menor sentido isso tudo pra vocês, caguei. Pra mim faz.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

VERACIDADE NOSTALGICA

Objetos como na vovó,
poltronas salmão
me dando fome
cosquinha, me faz rir.

o som da barriga roncando
da mãe dele gritando
é assustador
o calor de tudo isso.

vida real, vida
achei a veracidade do ser
tão simples:
um prato de comida
um vulto, um olhar
um sexo na sala de estar.

por favor, não exija
isso é tudo.
muito calor, velas apagadas
um lustre no meio do caminho...
iluminando a alma do meu ser.

tapete persa,
esse é o melhor de mim
simplicidade inexistente deste meu fim
e ninguém vai me entender
ninguém vai querer me entender
como se eu quisesse.


são quadros,
é a vida real, vida..
é a saudade do que não aconteceu.

domingo, 18 de abril de 2010

meu coração dando voltas...

Tenhos pistas em minhas mãos,
pistas ocas, vazias, eternas
tenho simbolos da gravidade do amor
tenho a estatica da nossa mútua paixão
tenho tudo escorrendo na minha pele
tenho você encostado no meu peito
mas de nada adianta.
Minhas pistas tão frias, secas, de nada servem
para nada alem de uma noite.
O dia surge novamente e, com ele, mais pertences
mais lábios, mais pele, mais amor.

Nada proporcional, a reciprocidade desaparece
ser perde no meio de tantas pistas...
se perde no meio de tantas dúvidas
e eu já não sei mais quem você é
quem eu sou
é tanto vazio, é tudo tão oco, tão infinito e escuro.
quem eu sou?
mais do que meus pensamentos, minhas palavras,
tuas pistas deixaram um rastro no meu caminho
que não me levam a você,
pois de nada adianta
O dia surge mas com ele, não mais pertences
não tenho mais nada,
nem pistas, nem simbolos, nem estática, nem você.
Tudo não passou de um sonho,



ainda bem.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Congrats Carol, nota 9,87.

Oi.

Acordei (prometo que é o ultimo que começo assim). Mas, na verdade, minha insônia na madrugada me fez dormir depois de ver o Sol - sem nuvens -, então meu despertador não era tão bom assim (como se um dia tivesse sido)... O texto de "com o pé direito" parecia sem pé nem cabeça, nem valor. Eu não enxerguei meu lado destro, virei canhota e pessimista. 3 horas de sono indevidamente dormidas- eu poderia ter feito algo muito melhor do que apoiar a minha cabeça no travesseiro de plumas: podia escrever, tirar foto, salvar o mundo, fazer sexo ou estudar. Mas as coisas não são por aí. Minha impaciente insônia antes das minhas 3 horas de sono indevidamente dormidas teve um inicio, meio e fim (introdução, desenvolvimento e conclusão). Começou por uma longa e boa conversa no msn, abrindo novas janelas, depois veio "Button", me matando de curiosidade e, por fim, meus pensamentos voaram para perto dele e, então, consegui dormir por 3 horas, na fracassada tentativa de me teletransportar pros seus braços. E, por isso, pela tanta inutilidade em cair no sono, eu não desci meus 21 andares e bati em sua porta, e sim preferi acordar sozinha e canhota. Ignorei meu sorriso feliz no celular e transformei meu dia no resultado de uma noite mal dormida.

Se pelo menos eu tivesse acordado nos seus braços, com as pernas entrelaçadas em formato de amor, eu, então, seria destra pro resto da minha vida, e todo dia seria introduzido com o pé direito.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Só os loucos sabem

Tudo então começou a fazer sentido. "The party don't stop" é só mais um clichê para capslock, mas não é por aí... eu disse mesmo, queria fazer tudo ao avesso, queria mudar o intransformível, mas não é por aí, as coisas tão longe de serem tão simples assim. Adoro começar o texto com "acordei" e agora tenho vontade de terminar assim, por tudo parecer um sonho, ou pesadelo, tanto faz, não é real.

As coisas se encaixaram, a chuva parou de cair e o parabrisas desembaçou tudo pra mim, eu consigo enxergar o que antes parecia sem luz, eu consigo entender o que antes parecia impossivel de desvendar. Parece até que botaram um abajur do lado da minha cama, eu simplesmente acordei pra vida. E não tinha melhor hora...

Antes disso, minha sentença, mas sem testamentos (não há a necessidade de ser tão sádica assim): agora ou nunca.

Eu tenho poucas chances de mudar o que as pessoas ainda guardam de mim, eu tenho poucas chances de transformar a minha vida em um livro de auto-ajuda, daqueles que acabam com chave de ouro (não que eu já tenha lido algum pra saber como é).

Eu sei que as coisas não fazem tão sentido pra vocês, mas nem tudo é pra fazer... tá tudo dentro de mim, o que eu sinto, o amor que eu tenho, o amor que eu crio (sim, mais.) eu vou ser eternamente apaixonada, e não necessariamente por outra pessoa, mas sim por mim, e é por isso que eu não vou deixar pra depois (e novamente, não é a questão do capslock). minha vida é bem mais que isso... e as suas tambem. não é nada pessoal, é que todo mundo - no fundo - é igual, até demais.

sorria, mesmo que você tenha esquecido de tomar o seu remédio hoje,
hahah. =]

segunda-feira, 12 de abril de 2010

dois blogs, um texto.

www.linguaspresas.blogspot.com

tema: Cazuza


Como num conto de fadas, surgiu um herói pra acalmar os pesadelos dos apaixonados. Suas palavras em bilhetinhos azuis talvez fossem cumplices dos desamores e desilusões, mas eu agradeço por esse cara ter surgido no mundo. Parte da burguesia, ele acreditava na inocência do prazer, mas não esquecia que ser exagerado fazia parte do seu show. A vida não doía, morrer não doía, para ele, era tudo festa enquanto a festa rolasse. Por culpa da sociedade hipócrita, ele queria esquecer de quem era o poder, mas seu codinome beija-flor não o deixava ficar parado, ele queria voar pelo mundo e ser quem não era. Ele queria mudar o planeta com suas palavras de poeta. Acreditava que o Brasil iria ensinar o mundo, mas que esse era um moinho, e não parava, enquanto a paixão não fizesse congelar os sorrisos. A incapacidade de amar do jovem deixava sua cabeça fora do lugar, e uma luz negra surgia nos seus dias, levando embora os caminhos que já havia traçado. Pousando de star, acreditava na necessidade de dizer 'te amo', mas no rock in geral, tentava falar de poema, sexo e preconceito. Um ritual de maioridade, uma malandragem bizarra diante de uma modernidade tão burra, mas ele sabia que não havia perdão para o chato - por isso não o era. Ele tentava ser o que ninguém conseguia, e mais feliz que todos, dizia: "o tempo não pára". Ainda assim, se sentia largado no mundo, por ser tão oposto dos que estavam tão perto dele. Cazuza era oriental, portuga, filho unico, garoto de bauru, maior abandonado, menino mimado, cavalo calado, billy negão, cazuza era tudo e todos ao mesmo tempo, representava o certo e o errado, o bom e o mau, a vida e a morte, o amor. Não tinha uma ideologia, não tinha uma doralinda, uma camila, uma flor, um bebê, uma bete balanço. Mas um pedaço do seu coração era da ânsia, de fazer da pedra, da flor e do espinho uma união eterna, e esconder os pontos fracos dos alheios. Acreditava na insanidade, na incapacidade de amar, no mal nenhum. Vivia na era medieval II, mas era sem vergonha, não gostava de solidão - que nada. Queria que o dia nascesse feliz todos os dias, por quase um segundo... Se perguntava por que a gente é assim, e retratava nos blues da piedade, a tristeza por ver que a vida estava longe de ser eternizada. Certo dia na cidade, numa quarta-feira, deu boas novas a vida: foi embora, pegou um trem para as estrelas, levou todo o amor que houver nessa vida, e partiu, mostrando que a vida louca vida é breve, e que ninguém morre se não tiver deixado uma marca, e sua marca foi tão grande, que pra escrever sobre ele, só mesmo com as suas proprias músicas.

Se heavy love fez mulheres sem razão encontrarem um rumo, suas palavras mudaram a minha vida. E como numa guerra civil, vai à luta, e saiba que a vida não é facil, pois um pedaço do meu coração contém os seus versos. Um dia eu vou encontrar o poeta que fez o tempo parar, exageradamente.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

hoje.

Promessas foram feitas para serem cumpridas. Ou compridas?
Eu não queria que isso fosse eterno, por isso cortei pela raiz;
fiz um mundo só meu, uma fantasia só minha, um capítulo individual e auto-crítico, perfeito pra quem ficou muito tempo usando um pedestal pros alheios... hoje eu procurei pelo nada, como disse que o faria. Procurei não ser o que fui ontem. Hoje eu fiz tudo ao contrário, não planejei nem calculei, dormi na hora errada, acordei na hora certa, comi o que eu não queria, fiquei com preguiça quando eu queria sair... eu queria sair agora.

Hoje eu declaro minha sentença de felicidade: conseguiria realizar uma oração pra que todos à minha volta entendessem a causa principal dos meus sorrisos, mas ela teria no mínimo cinco páginas A3. São muitos os motivos de minhas lágrimas terem secado, mas principalmente, eu ter me tocado que a vida é muito breve pra ser desgastada com objetivos vazios. Não entendo minha inércia... eu sabia muito bem que aquilo era um simples circulo vicioso, repleto de amores e desilusões.

Hoje eu disse que faria aquilo, e faço outra coisa, hoje é o amanhã de ontem, e daqui a pouco vai virar só passado. Hoje é um novo dia, e daqui a pouco vai virar velho. É tudo muito relativo. Mas eu sinto a infelicidade de presenciar minha nostalgia tão constante, tão relevante, tão intensa. Eu sinto a infelicidade de ver que os outros não sentem o mesmo que eu. E ainda assim, eu sou feliz, hoje, ontem e amanhã. Opa, e pra sempre.


"sometimes the hardest thing and the right thing are the same"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

amanhã.

Acordei pensando que meu passado nao pertence mais aos meus pensamentos. Acordei pensando que o ontem e o hoje são muito breves, que o ontem deve ser esquecido - mas não tirado da memória - e que o hoje deve ser aproveitado... já o amanhã, ele não pode ser calculado, mas pode ser sonhado, imaginado...
Amanhã eu vou esquecer de hoje, vou esquecer que quis tudo, e vou atrás do nada.
Amanhã vou fazer o que não fiz ontem, vou caminhar em busca de vírgulas....
Amanhã vou procurar metáforas, hiperboles, e viver com mais intensidade do que ontem.
Amanhã eu vou entender o que os gênios não decifraram, o que os filósofos não perguntaram.
Amanhã vou além das minhas expectativas, das suas, vou além da minha limitação.
Amanhã eu vou ser diferente.
Amanhã eu vou ser alguém que eu não pensei em ser hoje, por medo de me arrepender no...
amanhã.

alguém me disse que sempre depois de um ponto final, tem um começo de frase...
e tá aí, o meu começo de vida. esse é um novo capítulo.

ontem.

O barulho é bom;
a intensidade é tão explicíta quanto antes
mas você não está aqui
de que vale tudo isso?

tampe, então, meus ouvidos
não quero escutar mentiras
broncas, brigas, braços,
sua voz estridente
não quero mais o barulho
o barulho não é bom, não mais

siga seu rumo, despeça-me
tire as minhas pétalas
não esqueça dos momentos
mas me esqueça,
pra sempre.


eu botei um ponto final.

As esperanças estão se afogando...

Escutei um pingo de chuva, e de repente o mundo estava acabando. Eu sei que parece clichê nesse tempo 'maravilhoso', escrever sobre a chuva, mas o Rio de Janeiro não fala de outra coisa. O Rio de Janeiro agora respira chuva, vive chuva, conversa com a chuva, infelizmente ela é a sua única companhia. E agora não tem lado bom, o cheiro de chuva não supera as centenas, milhares de desabrigados. A suspensão das aulas nas universidades não supera as inúmeras mortes por desabamentos... Nada compensa, a nossa cidade maravilhosa ficou submersa pelo medo, pelas lágrimas, pela tristeza.

Agora não dá pra tomar banho de chuva e sentir sua alma limpa, não dá pra ir na rua e comemorar os desertos não mais desertos, pois se enxeram de água. Não, São Pedro não entendeu que era pra parar, e agora os cariocas duvidam da competência da capital. O Rio de Janeiro virou literalmente um Rio, mas de abril. E não são as águas de março, março ficou pra trás... os tais poetas mudarão suas letras, porque Abril superou todas as expectativas.

E quem me dera hoje fosse dia 1º, tudo isso seria mentira, e amanhã abriria um Sol incrivelmente lindo.

E vocês ainda estavam reclamando do calor? Acho que eu prefiro suar do que ver o sofrimento de tanta gente... Hoje vi na televisão um homem chorando, porque conseguiu sair a tempo de sua casa, mas não conseguiu salvar seus dois filhos pequenos. E aí? Enterrar os filhos não deve ser nada fácil, talvez não exista coisa pior. E a imprensa - fria, por sinal - põe o microfone na boca tremida dos desamparados, em vez de dar um alimento, uma roupa, um abraço... Eles só querem um consolo, um "vai ficar tudo bem", pra ainda terem um pingo de esperança...

Paes mandou fechar tudo, Paes agiu. Mas do que adianta fechar tudo? Na final da Copa de 2014 nós vamos fechar o maracanã também? E se cair um dilúvio? Isso se o mundo não acabar mesmo em 2012... As coisas tão indo de mal a pior, e a futura sede das Olimpiadas de 2016 vai desaparecer no mapa mundi. É isso ai, time de volei dormindo no Maracanazinho, surfistas nadando nas águas sujas, até wakeboard foi visto hoje. E vocês ainda acham que a cidade tem infraestrutura?

Acho que meu Cristo de braços abertos pra Guanabara esqueceu de fazer parar de chover, esqueceu que a sua cidade maravilhosa só fica bonita com surfistas nas ondas da praia, e que essas não sejam de 3,5m., porque ai não dá muito certo.... espero que não haja tsunami nenhuma, que a tempestade pare logo. E que reine o mais rapido possivel a esperança no coração de cada carioca,

o mundo não tá perdido. Mas por favor, faça a frase "depois de uma tempestade, sempre vem um céu azul" prevalecer o mais cedo que puder, eu não aguento mais acordar e ver a vida tão cinzenta.

domingo, 4 de abril de 2010

A vida é muito breve pra ser calculada...

Coisa boa? vai sair coisa ÓTIMA. Eu lembro que quando eu era mais nova, gostava de dançar "brincadeira de criança, como é bom" do Molejo, em frente ao espelho, na aula de lambaeróbica (sei la como escreve isso), em Barra de São João. Barra de São João é uma cidade perto de Rio das Ostras e Búzios, muito humilde, com uma praia simples e encantadora, um nascer do sol inacreditável. Lá, é literalmente um lugar para amar, crescer e ser feliz - acreditem em mim. Entretando, mal sabia eu que, depois de uns 10 anos sem escutar Molejo, eu ia querer tanto dançar em frente ao espelho em uma aula de lambaerobica, mal sabia eu que as minhas preocupações se triplicariam, que minha vida não seria tão fácil quanto uma brincadeira de criança.

Aí é que tá.

Na verdade, eu não quero simplicidade, eu quero uma vida cheia de desafios, mas não necessariamente perdas. Eu quero uma vida onde eu não saiba que amanhã vai chover ou fazer Sol, eu quero simplesmente sair ao ar livre com a roupa que eu acordar e ver se o dia me reservou azul ou cinza. Dançar molejo com 7 anos de idade é muito fácil... Eu pegava a bicicleta rosa caloy velha da casa da minha avó, saia de la, dava uma volta nos quarterões silenciosos de Barra. Era muito bom. Muito bom pra ser verdade. Mas não era um sonho, eu simplesmente tive uma infância que vendia suco no portão de casa por diversão, dava banana pros micos que a vizinha criava, dava nome à eles. Tudo isso me fez perceber que a vida é muito rara pra ser desperdiçada. Eu não vim ao mundo pra aturar desaforos, mentiras ou desapontamentos. Eu vim ao mundo pra viver e ser feliz. E eu sou.

Quando eu tinha uns 13 anos, levei pra cidadezinha minha melhor amiga, pra passar o final de semana lá. Eu devia ter um pouco de vergonha, por saber que não tinha uma Rua das Pedras, ou uma lancha que nos levasse à uma ilha deserta. Era um lugar muito simples e muito mágico, e eu percebi isso quando estávamos andando no Praião, sob um céu muito acizentado, e de repente começou a chover. A gente saiu correndo, deixando nossas marcas de pés pela areia amarela escura. Sentindo os pingos caírem sobre nós, fizemos um pacto, um pacto de não brigarmos nunca, um pacto que foi quebrado - muito bem quebrado por sinal - mas quando estava na hora de nos reconciliar, lembramos na mesma hora daquele momento que só A GENTE tinha vivido, e que ninguém, nesse mundo todo, tinha feito um acordo com a melhor amiga do universo de nunca se separar. Aquele lugar era simplesmente PERFEITO. Eu sabia que tudo que eu precisava estava lá, ou pelo menos nos meus pensamentos...

Crescendo nos verões em Barra de São João, com meus cachinhos loiros e perfeitos e patins rosas e grandes nos pés, meu pai sempre tentava me lembrar a importância daquilo na minha vida. Filho mais velho de um militar rigoroso, meu pai sempre deixou bem claro que subiu na vida, justamente pra um dia poder me proporcionar o que ele não teve. Mas a questão era outra... eu tinha o que ele teve. Eu tinha o amor que ele teve da minha avó, eu era rica de sentimentos, rica por dentro, independente do dinheiro... A unica coisa que eu precisava era estar com a minha família, intacta (ou não). Meu pai me deu valores que outras pessoas não tem, meu pai me mimou, meu pai foi o melhor pai do mundo, melhor amigo, melhor tudo, mesmo se preocupando demais quando não havia a necessidade de o fazer. Meu pai me pegou no colo na chuva, correndo pra que eu não derretesse e desaparecesse pra sempre...

Depois de alguns anos, quando eu já era mais madura, voltei ao lugar tão mágico, que lembrava toda a minha infância. Eu tava com saudade. Eu só ia pra Buzios, Buzios, Buzios... tinha esquecido minhas raízes. Tinha esquecido que a minha formação dependeu da sorveteria SEM NOME, das aulas no segundo andar de dança... das musicas de mamonas assassinas cantadas na pracinha lembrando da minha falecida irmã... minha infância não tinha sido Buzios, e sim BARRA DE SÃO JOÃO. Voltei, e voltei com tudo. Recomecei uma nova etapa que ainda perdura, o tal lugar pra crescer e ser feliz só precisava de mais uma coisa: amar. E eu amei, com todas as minhas forças, e aí sim, o conjunto estava feito. Estava completo. Aí sim eu entendi o porque daquele lugar me fazer tão bem. Eu tinha TUDO ali, tudo e mais um pouco... Eu tinha minha melhor amiga, meu amor, minha família, minha música, meus momentos... tudo que tinha um fim, TUDO. Eu cresci no lugar mágico achando que estava na Terra do Nunca, achando que meus amores e desamores não iriam desaparecer alí. Lá, eu tenho as melhores lembranças da minha vida, é o unico lugar que eu lembro de um contato com a minha irmã... é o unico lugar que eu não tenho medo de barata ou lagartixa no quarto, é o unico lugar que eu ESQUEÇO todos os problemas existentes no mundo.

A minha vida mudou, e eu esqueci desse lugar.

A composição da minha vida mudou, e ela fez eu esquecer a importância que Barra de São João tinha na minha vida. Eu quero que vocês parem um momento e pensem em algum lugar no mundo inteiro que vocês iriam agora, pra esquecer o vestibular, o tio que morreu, o namorado que xifrou, a prova de semana que vem, a briga com a mãe, a traição da 'amiga', eu quero que vocês pensem no melhor lugar, e que entendam, que o MEU lugar, é lá. E por alguns anos (talvez três) eu tenha esquecido disso... riram da minha cara quando eu disse que brincava na pracinha.... a minha vida era aquilo, minha vida era simples e rica, era farta de felicidade, farta de tudo que eu precisava, eu tinha tudo. Por alguns anos (talvez três) eu fechei os olhos pras minhas prioridades, me botei em segundo lugar. E agora, eu percebi que eu posso subir no morro da Prainha, olhar o por-do-sol lá de cima, ver um barco de pescadores e a Ponte que caiu, e TODOS os meus problemas vão desaparecer.

Nenhum filha da puta vai fazer algum problema voltar pra minha cabeça.

Eu percebi que aquele lugar pode curar dores. Eu percebi que posso levar pra lá lembranças, e trazer memórias... Eu percebi que ainda posso subir no segundo andar da escola de dança, ficar em frente ao espelho, e brincar de ser criança de novo. Porque como o Molejo dizia: "é bom". Meus momentos ficaram pra trás, no passado, dentro de uma caixa guardada no meu armário com muito carinho. Mas se todo dia, antes de dormir, eu sentir o cheiro de Barra de São João, eu posso dormir tranquila, porque sei que a magia daquele lugar vai me transportar pra além dos meus sonhos.

E aí sim, eu vou ser feliz, com a minha riqueza interior.
Eu não preciso de ninguém pra me completar, eu sou a minha própria metade.
Escreve isso.