"Sou meio como um mosquito num campo de nudismo; sei o que quero fazer, mas não sei por onde começar." - Stephen Bayne





segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

só a mim

Meu olhar olhou no seu
e minhas mãos tocaram nas suas mãos
e meus braços abraçaram os seus abraços
e meus lábios beijaram os seus lábios
mas eu não senti
nem aflição
nem a gente nu
nem a gente cru
nem a gente mesmo
eu não senti você
e o verso se faz ausente sem latejar
sem piscar
sem beijar
porque não beijo mais você
não vejo mais você
não sinto nem abraço
nem desfaço
nem disfarço
que a lua hoje
não está mais tão bonita
porque já não sinto mais você
porque me sinto só
a mim

domingo, 16 de dezembro de 2012

No asfalto corro
sem pés ou mãos
de bolsos vazios
e pensamentos cheios de si
três bolas
e um sonho

cresci camisa 10
ninguém me escutou
eu gritei muito
e dancei muito
até nariz de palhaço pus
até fingi ser do mal
até tiro no pé

ninguém me entendeu
ninguém me viu
porque ninguém quis me ver
porque ninguém quer ver
nada
A melhor coisa que existe é conseguir enxergar sem que ninguém precise abrir seus olhos...

Mais um

Um chão, um não, uma palavra
um creme, um beijo, um café
um, abraço, bom, dia, um, dois
um-a-dois, uma cama, um de mim

de nada, me resta, algum
dois pontos, um ponto, nenhum
o que foi, já foi e não vem
mais eu quero
mais um, de cada
um

eu quero, mais um
de você
e de um
amor

terça-feira, 27 de novembro de 2012

minhas quatro estações

Quando o sol parar de arder
E a chuva parar de cair
E as nuvens sairem
você pode voltar
pra perto de mim?

Sei que dei adeus
e prometi ausencia eterna
mas internamente
meu eu chora sem ti
e nenhuma primavera é tão colorida
nenhum inverno é tão aconchegante
nenhum outono é tão reflexivo
nenhum verão me traz calor
internamente
minha dor clama por ti

Eu tentei não confessar
e fingir que sou melhor assim
com as minhas proprias pernas
proprios braços
proprios laços
proprios passos
mas não...
meu sol não arde mais em mim
minha chuva não cai mais
minhas nuvens não existem mais
nem meu céu
então eis o que me resta
suplicar
por ti
por mim
por nós

pra que eu sinta tudo de novo outra vez

necessidade de mim

Quando eu descobri
que tuas maos podiam arder nas minhas
que um suspiro poderia calar palavras
que o silencio podia gritar o meu amor
eu achei
que me bastava as maos
me bastavam suspiros
me bastava o silencio
achei que me bastasse teu sorriso
teu cheiro e tua ausencia
tua saudade e teu passado
o tudo que foi nosso
que nunca foi teu
e nem meu

Quando eu descobri
que eu poderia te amar mais do que a mim
achei que meu fim estava escrito
um fim onde meu sorriso é o seu sorriso
onde meu corpo e seu corpo
se juntam
em uma eterna
fusao

Na verdade
eu descobri minha inseguranca
minhas incertezas
e falsas esperancas
esqueci de descobrir
que parte de mim ainda vivia
e que essa parte
nunca precisou das tuas maos
dos teus sorrisos
saudade
ausencia
sorrisos
maos
suspiros
silencios
suspiros
voce
eu so precisava de mim...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

inexistência

Eu não sei mais onde botar minhas mãos, meus pés ou meus pensamentos. O que ontem foi nosso hoje nem meu é mais. Eu já não sinto mais calor, já não sinto mais dor, já não sinto mais sentimento algum. Depois de muito tempo no paraiso do sofrimento e no inferno da paixão, eu entrei no limbo, e parece que aqui padeço por muito tempo... pelo menos antes existia algo dentro de mim, dor ou alegria dentro do meu coração. existiam espinhos ou pétalas, abraços e partidas, e agora não existe mais nada, não existe o meu eu, porque eu não tenho a mais ninguem... sinto agora como se tudo aquilo que eu disse um dia fosse em vão. Ninguém precisa carregar o peso de completar ninguém nessa vida, mas porque eu sinto como se eu estivesse incompleta? Essa minha dor que não para é invisível, é uma dor de não sentir dor, de não sentir você, de não sentir ninguém... os poetas precisam amar para escrever, e eu estou cansada de amar só a mim mesma... eu preciso de uma nova história pra contar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

depois de você

Quantos giros as vidas dão
quantas vidas elas ainda se encontrarão
tudo bem
o ar que respiro é a essência
mas o ar que você respira em mim
não tem nenhum outro
que me faça tão
bem

todos os dias eu esqueço
dos teus braços
das tuas mãos
do teu pescoço
nossas memórias ainda fazem parte do meu sorriso
que sorrio sempre sem você
o trem passou na nossa frente
em cima de nós
e a gente nem viu
só porque estava junto

amei desamores
encerrei historias sem fim
acendi o fogo que queria que você apagasse
e no fim
bem no fim
quando estávamos longe
e eu não aguentava mais
eu voltei
pros teus  braços
pra onde eu nunca deveria ter saído

e me diga que tem medo
de me machucar
de se machucar
me diz as tuas verdades
pelo menos um dia
eu poderei viver a gente
de verdade
mesmo que você não esteja aqui
eu vou poder imaginar
meu corpo no seu
minha boca na tua
meu suspiro no teu pescoço
você olhando pra mim
o olhar que nunca deveria ter desviado
que maldição a nossa
eterna
e maldita
e mais bonita
história de amor

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

nossa amizade

Do ontem que eu vivi
guardo minhas recordações
meus erros e perdões
minhas lágrimas e sermões

guardo meu desprezo e meu amor
minha alegria e minha dor
meus tropeços e meu coração
em pedaços

do ontem que eu vivi
só guardo o que restou de ti
e de tudo que eu já morri
e do adeus que eu nunca vi

eu guardo o ausente, a presença
guardo o abraço, o beijo, o filme
guardo o pra sempre que nunca sempre existiu
o nunca, que pra sempre persistiu

guardo abraços e partidas
guardo beijos e despedidas
guardo sempre o adeus
sempre o ontem
do ontem que eu vivi

guardo as promessas pro futuro
e de tudo que há mais duro
nessa vida
eu guardo tua amizade
eu guardo meus amores
de uma terra distante
sem maldade

guardo a inocência
a vontade
a saudade
guardo seus corações
nossas músicas, nossas verdades
guardo vocês
essa amizade
repleta de abraços e partidas
do ontem que eu vivi
e que vivo todos os dias...

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

porquesofro

Porque sinto. É por isso que eu choro... se não sentisse saudade, talvez não reclamasse do que vivo hoje... talvez nem esteja tão ruim assim, talvez o ontem que tenha sido bom demais e, por isso, hoje lamento cada segundo que respiro... não que eu não seja feliz, não goste de enxer a cara, não curta um cigarro de menta ou dançar até de manhã... é que a solidão do meu sorriso me amedronta, me amedronta não ser de ninguém ou ser de todo mundo... é que meus olhos não são vistos por mais ninguém a não ser a mim... eu não penso em mais ninguém a não ser meu ego... não escrevo porque não gosto de escrever sobre mim, porque não amo, nem odeio, sou apenas indiferente... mas eu ainda sinto, sinto a indiferença. Mas me sinto perdida, sem cor, sem poesia, só palavras. Me sinto meio oca, meio transparente e sem conseguir me expressar. Diria que preciso de sofrimento, mas já o tenho. Eu sofro hoje por não ter nem o que sofrer mais...

domingo, 2 de setembro de 2012

minha falta de liberdade

Tudo que sinto não é meu
Tudo que vejo não são dos meus olhos
e o que bate não vem do meu coração
o que ouço não soa aos meus ouvidos
o que falo não sai da minha boca
o que quero não vem dos meus pensamentos

o que sonho não é meu inconsciente
o que penso não vem da minha mente
o que minto não vem de minhas verdades
e minhas verdades já não são mais convenientes

O que me palpita não faz parte mais de mim
o que eu sou não faz parte mais do meu eu
e o meu eu eu já perdi antes de me procurar

Só sinto o que não existe
porque não posso sentir o que me bate
não posso amar
não posso sorrir
não posso chorar
estou aprisionada num quarto cheio de gente
e ainda assim me sinto sozinha
sem poder estar sozinha
porque não posso nada
só posso o que você quer
e você nem mesma sabe o que quer...

eu não posso viver...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

meu pesadelo

De repente nos meus sonhos eu me vi narrando a minha vida. Descrevi pra alguém que me escutava quanta dor eu sentia, quanto riso eu queria, quantas lagrimas cairam dos meus olhos. Descrevi que sou muito pequenininha pra sentir tanto peso e dor, descrevi o que exatamente penso nos meus momentos sem ninguém. Quando eu descrevi a minha vida, no sonho, lembrei também de falar das conquistas, da força e da perseverança. Lembrei de dizer da minha capa de super-herói, do meu sorriso de indiferença, da minha falsidade por trás da gargalhada. Lembrei de dizer que choro quando vou dormir. Lembrei de dizer toda a parte insólita de mim, toda a minha fraqueza, minha máscara e minhas incertezas. Descrevi a minha vida como injusta, como fase, como inferno. Descrevi como karma, como loucura, como efêmera. Quando acordei, percebi que eu não estava descrevendo a minha vida. Eu estava descrevendo a sua...

terça-feira, 21 de agosto de 2012

pais e filhos

Pra que você veio se a esse quarto você não pertence mais? Pra que um dia surgiu no meu sangue se não há amor que corra dentro de você? E que se façam as desculpas de disturbios e desilusões, de maus tratos e sermões... que se bote a culpa no passado, nos erros, nos nossos passos, e não teus. mas que não há desculpa que desculpe tua falta de amor, tua falta de vergonha, teu corpo sem perdão. não há passado que justifique a ausencia do futuro, perde parte de você no coração de quem te ama. Não há nada que me perdoe, que explique suas dores... não há o que me convença que no seio deles você os faça chorar. Quem precisa de ombros somos nós. E bem que ele te avisou, que o mundo ia girar na proporção dos teus pensamentos... mas teus pensamentos foram conturbados por algo não-pensante, e teu mundo girou pro vazio inconstante.. agora, quem precisa de ombro é ele, sou eu, somos nós... quem precisa do teu amor, porque o nosso já se foi. O nosso se esgotou, de tanta fé em vão, de tantas preces ao chão, de tanta reza pra não.... fazer nada. o que sai da tua boca me parece juras de amor quando tinha cinco anos... daquelas que no dia seguinte você diz pra seu segundo amor a mesma coisa, com a maior sinceridade do mundo, mas sabendo que vai quebrar tuas promessas na manhã seguinte. não acredito mais nas tuas mãos, nos teus passos, no teu brilho. não vejo mais força, traços, trilhos. não vejo mais alma, respeito ou amor. não vejo mais nada. e eu vou sentar aqui, e chorar, tua partida. seja lá pra onde você for...

voce diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais.
você culpa seus pais por tudo, e isso é um absurdo.
são crianças como você.
o que você vai ser quando você crescer?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

emvão

Me faltam palavras sobre amor
me falta amor pelas palavras
mas não me falta amor
e nem palavras
me falta o toque, a sedução, o beijo
mas não me falta o sexo ou a presença
me faltam as juras, a paixão,
me falta o abraço mas não o tesão
O que mais me falta
é a falta de alguém.
e meus desabafos já sabiam
minhas mãos já suspeitavam
que qualquer ausencia seria razão
pra calar meus sentimentos
e cessar declarações...
e ainda que eu soubesse
que a solidão me entristece
deixei que ela me acompanhasse
nas minhas palavras
no meu amor
no meu coração
pra que nenhum deles estivessem juntos
e pra que toda poesia fosse em vão

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

nossa história de amor

Como se um dia eu pudesse explicar
que ao teu lado o que não me falta é ar
que teu abraço só me faz acalmar
que tuas palavras são como beijar
meu rosto
que tua companhia é mais intensa que o mar
que nossas risadas são mais alegres que um par
de palhaços bem humorados
que nossa eternidade é mais eterna que o amar
que nossa sinceridade é mais bonita que o lar
que meu lar é junto ao teu
que o nosso não é só meu
e que teus braços não são só seus
quando eles tocam a mim...
É como se um dia eu pudesse explicar
que nosso amor é ainda mais belo que o próprio ato de amar...

terça-feira, 26 de junho de 2012

porque não sou o que queria ser

E se eu fosse indiferente
como quem não se importa com seus beijos
como quem não tem apenas um medo
como quem não quer nem sequer um desejo
Se eu fosse o que não sou
e você fosse quem não foi
talvez eu sorrisse sinceramente
e comemorasse alegremente
com honestidade
a tua ausência
mas não...
me desculpe por mentir
por enganar meu coração
disfarçar a minha dor
e contestar a minha raiva
eu nunca te esqueci
e só sei disso
porque cada palavra tua
ainda faz minhas pernas balançarem
meu coração palpitar
minha boca tremer
e meus olhos chorar.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

tua partida

você levantou como se não precisasse explicar nada pra mim. tudo que me restou foi minhas pernas cruzadas na cama, meu cabelo bagunçado pelas tuas mãos e o silêncio que você deixou no meu peito. a visão das tuas costas andando pra longe de mim foi como uma facada no ponto mais lindo da nossa historia. voce simplesmente levantou e não me explicou nada. nem disse que nao me amava mais, você só foi embora. e eu fiquei ali, sozinha, como se eu estivesse fora do meu lugar, mas ainda estava parada. eu não fiz nada, e nem corri pra te puxar de volta. talvez porque eu soubesse que voce sair do meu quarto era o melhor pra eu dormir sozinha... era melhor pra eu acordar no dia seguinte com a simples certeza de que eu nao te tinha mais, e nao mais com a duvida de te ter ou nao seu amor no dia seguinte. mas tuas costas doeram em mim. o que antes eu sentia com prazer, teu calor no meu corpo e teu beijo no meu olho, se tornaram lembranças de uma historia sem fim. ou que pelo menos eu achava. mas tudo que eu achava era provavelmente em vão. seu amor era provavelmente. nunca certo, nunca seguro, nunca ali. na verdade, você não levantou e foi embora. você simplesmente nunca esteve aqui. e, por isso, não havia nada para ser explicado.

domingo, 10 de junho de 2012

porque escrevo...

porque talvez quando eu escreva eu sinta minhas lagrimas caindo sem cair
eu sinta meu riso sorrindo sem sorrir
eu sinta minhas maos quentes sem se aquecer
talvez eu sinta sua companhia sem te acompanhar
talvez eu sinta ate seu beijo sem te beijar
porque talvez fazer poesia me faça poemizar
tudo aquilo de bom que existe dentro daqui
talvez porque me faça enxergar mesmo sem ver
que meu coração doi e sente falta de você
e que minha solidão é mais amarga aqui dentro
e que talvez eu nunca viva mais nossos momentos
porque talvez quando eu escreva eu sinta menos peso
eu me alivie de todos meus pesadelos
porque talvez assim as palavras curem meus medos
meus anseios e minhas mentiras
porque talvez quando eu escreva eu esqueça do mundo
porque quando eu escrevo eu esqueço de te esquecer
ou até de te amar
porque quando eu escrevo eu esqueço de mim mesma
eu não sou nada
e sou tudo
eu sou um lápis e papel
com muito amor pra escrever.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

meu ambiente

Quando você tiver navegando pelo meu corpo
não espere águas calmas
não espere paz nem tranquilidade
as ondas são fortes
e meu calor desperta a energia que existe na minha natureza

aceite-me como sou
entregue a ti
com todo o meu corpo
aceite meu sol, meu céu, meu mar
aceite minhas flores, meus pecados e meus sonhos
aceite-me por inteiro

quando eu te disser para ir
que já tivesse desfrutado de todo o meu jardim
de toda minha alma
não me escute
só me cale
com um beijo
porque nem um segundo
é o suficiente pra todo o meu amor

segunda-feira, 7 de maio de 2012

que nada restou

E se eu fosse dizer que suspiros saem da minha boca por pensar no amanhã, que minhas pernas tremem, minha voz oscila, meu coração palpita. Mas não. Não sinto mais como se já não enxergasse mais. Não sinto mais amor, não sinto mais o frio na barriga. É um grande painel preto em minha frente do qual eu não consigo tirar nenhuma cor. E não tem branco. Não tem nada. É uma mistura do nada. É como se eu tivesse perdido os sentidos, e a única coisa que sinto é o vazio de não sentir nada. Mas talvez ainda reste esperança de emoções lá no fundo dentro de mim, talvez uma saudade, um remorso, uma culpa. Talvez um arrependimento por não ter feito mais, ou uma dor por ter feito demais. Quem sabe um ódio, mas não por ele, por mim, por ter achado que eu era o suficiente, e eu não sabia que eu era melhor. Dentro de mim, o que me resta são imagens do que achamos ser o ideal, do príncipe, do final feliz, das pegadas na areia. Mas eu cansei da historinha dos meus tempos de criança. Nós não temos mais tempo. Nós não temos mais nada, porque eu não tenho nada. Eu não tenho você, nem amor, nem um abraço. Pra que dormir hoje se amanhã eu acordaria nos braços invisíveis da nossa saudade? O que meus olhos enxergam hoje é nada mais do que um caminho sem traços, passos nem laços. Um caminho solitário, uma janela fechada, um vento no rosto, e uma solidão infinita, mesmo que do lado de alguém. Uma solidão que nem uma multidão poderia apagar. Meus olhos já não enxergam corações, nem ilusões, desamores e apelidos carinhosos. Meus ouvidos já não ouvem juras, mas sim promessas não cumpridas, desaforos e conversas mal explicadas. Tudo mentira. Tudo virou pó, tudo virou nada. E nada virou.

terça-feira, 1 de maio de 2012

minhas razões sem razão

Como posso escrever
se nada vivo?
Como posso recitar
se nada sinto?
Meus versos em vão já não cristalizam minha felicidade
minhas palavras são provenientes de amores passados
minhas pegadas são a inércia do caminho que antes seguia
Eu já não tenho razões
nem decepções
nem mesmo promessas
para basear minhas inspirações

Eu sigo essa estrada
porque a segurança que havia antes me atrai
Se já fui feliz por aqui
porque não ser de novo...
Talvez porque o medo
de começar o diferente
de inovar o inerente
seja maior do que a certeza de continuar na comodidade
de aceitar a pouca vaidade
de correr atrás de poucas verdades
que não pertencem ao meu presente

Não vivo de passados
eu não vivo de nada
porque não estou vivendo
eu só preciso de algo
que me faça acordar
que me faça escrever
sobre amor
ou a dor de amar

a verdade mentirosa, ou será a mentira verdadeira?

Não faz sentido escrever sobre o que não vive, cantar sobre o que não ama e pintar sobre o que não sente. Talento significa a expressão da experiência em alguma forma de arte. A mentira é só mais um catalisador para um sucesso desonesto. Talentize, então, seu próprio coração.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

minharacionalidade

quando senti tua frieza nas mãos, não pude deixar de perceber que elas já não me tocavam fazia tempos... o nosso ontem tão congelado parece que ficou despedaçado e perdido na estrada que pensávamos infinita. nada é infinito. seus passos que marcaram meu chão quando você foi embora foi também o que me fez seguir teu caminho. nunca quis te perder, nunca quis que suas mãos parassem de me tocar por tempos. naquele minuto, viver sem você significava a vida em vão, sem segredo nos sorrisos, sem desespero nos meus sentidos, sem emoção nas minhas palavras. meu poemas ficaram crus e invisiveis, na verdade minha poesia até sumiu, meu coração secou, e meu corpo se enxeu de dormencia. tua ida, ela me fez esquecer o que é sentir as pernas tremendo, o peito estremecendo e a cabeça se enxendo, de amor... me tomei por uma sensação de racionalidade, que me faz desviar dos teus passos no chão, que me faz ficar cega diante das tuas pegadas - porque já não sou mais cega por você... minha emoção agora é ser devota e apaixonadamente racional.

terça-feira, 24 de abril de 2012

euperdi

Que você escute minhas preces
pois estou de joelhos
implorando pelo teu retorno
que acalmarão nossas mãos
pouparão nossos joelhos
e secarão nossas lágrimas

Já não te sinto mais
nem sei se quero
teus braços nos meus braços
tua indiferença diante de nós
Nós éramos grandes
nós éramos quatro
agora você se foi
e nós não somos ninguém

segunda-feira, 23 de abril de 2012

nãovoltamais

Se você entendesse
que as promessas de ontem
e tuas palavras
foram simbolos da nossa uniao
e que hoje
elas só facilitam minha solidão
parece que esqueceu tuas raízes
teu chão
teu não
e teu perdão

Dizem que poetas precisão dessa emoção
pra poder escrever quando não for em vão
porque sem coração não existe inspiração
mas você ta levando embora
tudo aquilo que um dia te ensinamos
você tá jogando fora
todo o caminho que juntos trilhamos

tua cabeça
mais fraca a cada dia
não lhe permite a dádiva que um dia adiquiristes
que você se foda
porque tudo aquilo que te dei
não valeu de nada
você chutou ao vento
e cuspiu sem dó
como se fosse pó
que você deu ainda mais valor...

volta

Então volta,
e não pros meus braços,
mas volta pra tua cama
pro teu seio
pros teus amores
volta pra quem te quer
quem te bem quer
Volta porque sem você
a vida não faz sentido
porque sem você
meu mundo é diferente
minha alegria é triste.

domingo, 22 de abril de 2012

florescendo

Se as rosas pra você significassem o que significam para mim
Se elas realmente fossem da cor do seu amor
Se elas existissem, ao menos
Eu poderia te deixar entrar
Como se minhas portas nunca tivessem sido abertas a você
mesmo sem rosas
girassóis
ou qualquer aroma que provasse a eternidade
Você nunca quis
completar tudo aquilo
que prometia
E sua fraqueza
que contagiou a minha fraqueza
despedaçou todas as pétalas do meu coração
No fim
não existia bem me quer
nem mal me quer
não existia nem mesmo o querer...

sábado, 21 de abril de 2012

justkeepwriting

Você me disse
que quando suas mãos suariam
você me declararia
que o amor que sentimos
nunca foi em vão

mas tuas promessas fingidas
tuas bocas feridas
e tuas mãos estendidas
nunca foram parte da verdade do meu amor

que a sombra do teu desprezo
o olhar de teus sobrios medos
a sobriedade de uma historia que passou
tudo passou meu amor
e nada entre nós sobreviveu
o sol se foi
o sol se foi e com ele todo o brilho que existia
por entre tudo isso
e meus olhares
o que me resta é só teu chão
despedaçado
diante dos meus pés
que ja não alcançam teu caminho

nossos caminhos estão entrelaçados
por um destino que nao me pertence
ainda estou presa
infelizmente
ainda estou presa
mas quero fugir
porque meu ontem me prende em confusões
e só cuspo coisas que não me fazem rir
você já nao me faz rir

o tempo correu
as luas mudaram
e o sol nasceu
e se pôs
e nasceu outra vez
mas dessa vez
eu nao assisto com voce
eu assisto sozinha
dessa vez minhas paredes brancas
sim, aquelas paredes brancas
não pertencem mais a nós dois

nada mais é nosso
nem meu nem seu
já fiz tantas promessas a mim mesma
e prometi aos ceus que as cumpriria
meu amor por mim mesma se perdeu no tempo
e ficou lá, lá longe
eu fechei as janelas pra tua preguiça
tua falta de vontade
tua ansia de não ser ninguem
fechei as janelas pro que vem lá debaixo
porque agora
eu preciso subir
e eu só vou subir
se for sem você.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

nuncavouparar

E quando nossas maos pararam de tocar
eu simplesmente parei de dizer
de vomitar minhas poesias
Porque sem amor
sem teu calor
minhas maos ficaram gelidas
sem as tuas

Se voce tocasse meu rosto
talvez eu poemizasse a alegria de estar contigo
mas esqueci do que pus nas minhas costas
e agora carrego a culpa
de nao fazer juz a minha caneta
que pena
de mim
que parei de escrever

mas voltei, de novo
prometendo, de novo
nunca parar, de novo
e eu vou, sempre
dizer que escreverei eternamente
mesmo que pare
toda hora.