"Sou meio como um mosquito num campo de nudismo; sei o que quero fazer, mas não sei por onde começar." - Stephen Bayne





sábado, 24 de abril de 2010

Faz sentido pra mim....

Acordei. Mais um dia normal, sabendo que depois começaria com mais um texto normal também...
A claridade batia nos meus olhos como raios solares no rosto sem o protetor. A persiana fechada não era o suficiente pra combater os raios uv e, por isso, me sentia numa praia no Sol de 12h, entretanto, a temperatura do ar condicionado marcava 17ºC, o que significava estar no inverno de Orlando, ou quase isso... Levantei com a minha disposição de todos os dias - incrivelmente boa, juro - apesar de ter dormido só 4 horas e meia, pois o Sol nasceu quando fechei os olhos. A noite anterior tinha sido boa, boa não, MUITO boa, e meus pés provavam isso: eles ainda doíam por terem ficado mais de 5h em cima de um salto gigante vermelho, tentando se equilibrar no chão perfeitamente elaborado (not) no Jockey...
Anyway... acordei e vi que não tinha muito tempo pra começar direito meu novo dia, pulei com o pé direito do colchonete improvisado, peguei um toddynho na cozinha e tomei meu remedio de cada dia. Voltei pro quarto do computador (que tinha colchões em vez de cadeiras!), senti novamente o carpete quente e gostoso, mesmo ainda a 17ºC de Orlando... o Sol batia nos olhos dela, mas estavam cobertos por um tapa-olho, tirei-o, e saiu da minha boca o comentário que sai sempre no dia seguinte de todas as noites que nós passamos juntas: ontem foi foda, né?. Mais uma festa boa, mais momentos bons, mais "tik tok's", mais sorrisos, danças, mais tudo, mais um dia de amizade com alguém que surgiu tão.... de repente.
Passei as fotos pro computador, entrei no orkut, facebook, twitter, msn.... todos com "meu santo é forte pra caralho", e eu nunca vi uma coisa dessas, mas pelo visto São Jorge em seu dia provou gostar MUITO de mim, porque depois da meia noite (iniciando sua comemoração no feriado), decretou: hoje a noite é dela..... ninguém vai atrapalhar! VALEU AMIGOOOOOOOOOOOOOOOO.
Tomei banho correndo (mas antes briguei com a minha irmã, como já é clichê matinal...... ou diário). Botei uma roupa, ela reclamou, falou que eu tava descombinando. Troquei, fiquei mais estilosinha com uma regatinha preta colada, um short jeans e um colete de renda branco, acompanhado do meu rayban de borda branca, e meu brinco de perola, ok, eu tava pronta pra mais um dia. Entramos no carro, com destino à Copacabana. Nesse trajeto, lá se foi a primeira briga... nem lembro porque, mas foi uma longa e chata briga, envolvendo todos da minha familia e pela primeirissima vez na minha vida inteira: todos estavam contra mim, e eu só lembro disso... eu deveria realmente estar errada, o que não acontece muito - modéstia parte. Sempre tive mania de ser justa com tudo e com todos, e dessa vez provavelmente não estava sendo... vou tentar não errar de novo.
Pegamos a vovó, batom borrado, não me enxergava, mas tudo bem, eu gosto dela mesmo assim (:
Ah,vimos também meu anjinho de ébano, Daniel, coisa mais linda, cada dia mais fofinho e parecido com a mãe...
Destino agora era Niterói, pegar a ponte. O Sol parecia não muito feliz como de manhã, ele desaparecia aos poucos em meio a nuvens ralas. Mas sentada no banco perto da mala, ainda sentia os raios ultravioletas ultrapassando o vidro... Ouvia "The Hill" do filme "Once", mas sentia que não seria APENAS UMA VEZ que eu escutaria essa música.... foram umas três seguidas, só observando as catástrofes da cidade do outro lado da Baía de Guanabara... só terra e mais terra, barrancos destruidos, isso porque só passei por Icaraí, o caminho da Niemeyes e Charitas... chegando em Charitas, depois de passar por casas quase cinematográficas com vistas esplendorosas ameaçadas pela chuva, chegamos ao Olympus, pela 2ª vez, e não pior nem melhor, foi basicamente igual. Harumaki de camarão com catupiry e hortelã de entrada - com shoyo, só pra ser diferente de todo mundo. Provei as entradas de quase todo mundo.... carpaccio de carne, escargot, casquinha de siri... ou pelo menos provei com os olhos, senti que tudo estava muito bom, mas eu não dispensava meu pãozinho com manteiga e sal.
Chegou meu prato, que parecia infantil: troquei a batata rostie por batata frita, e pedi o molho de mostarda dijon à parte. Então vieram dois bifes de filet mignon com batata frita, parecia que havia voltado pros meus 10 anos, mas vocês tem que concordar comigo: não existe coisa melhor.... Raspei o prato.
Levantei antes da mesa, fui lá pra fora tirar umas fotos, e tive um momento de reflexão... o pescador sentado no banco olhando o mar, a cada 20 segundos ele levantava e andava pela beira da água, e depois voltava pro seu canto. Que reflexão será que ELE tinha? Por que estava ali? De bermuda branca, sem camisa, barba mal feita e olhar de tristeza, olhou pra mim e sorriu com um ar de pedofilia e, por medo, não consegui retratar o momento, esqueci de apertar o botão. Tirei mais fotos da baía, da areia, das favelas ainda ameaçadas de desabamento, da minha mente em desabamento.... tantas noites mal dormidas, meus pensamentos estavam trocados... parecia que eu estava longe, muito longe dali, talvez em........
algum lugar.
Voltei de Niterói, mas sem ouvir o Ipod. Fiquei com a Nikon na mão esperando alguma paisagem surpreendente ou alguma situação inesperada pra ser clicada, mas não encontrei... minha desilusão apareceu e meu dia começou a ficar mais escuro, eu não tinha mais os raios solares, o protetor, o inverno de Orlando, e nem minha disposição de todos os dias. Foi tudo indo embora... cheguei em casa, morri, fiquei no computador até as 22h tentando me animar, tirar minha dor do corpo, da cabeça... tentei fazer tudo pra minha sexta-feira a noite não o reflexo de uma depressão - e não foi.
Tive a melhor noite dormida da semana, haha. Dormi por 15 horas seguidas, isso existe?
E acho que tirei a conclusão de tudo isso: uma vida perfeita tá longe de ser nights, garotos, bebidas. Uma vida perfeita é a aceitação da historia que você cria, tentando a cada dia aperfeiçoar os seus momentos, SEM torná-los exemplos de perfeição, sacou?
Eu vou voltar a viajar na minha mente, talvez eu encontre a explicação de porque um ponto final pode ser tão bom na vida de alguém...... é, tudo leva a um novo começo.



Desculpem os meus erros de português (se houver), nunca leio depois de escrever. E Ah! Se não fizer o menor sentido isso tudo pra vocês, caguei. Pra mim faz.

3 comentários:

Bruna disse...

ameeeeeeeeei,serio tá perfeito e faz todo o sentido,nao so pra mim, como pra muita gente!
"Uma vida perfeita é a aceitação da historia que você cria, tentando a cada dia aperfeiçoar os seus momentos, SEM torná-los exemplos de perfeição, sacou?"
adorei as descriçoes de tudo
beeijinhos

Daniella Fleury disse...

faz o MAIOR sentido pra mim!
eu tinha esquecido que vc tinha escrito isso, resolvi entrar agora aqui pra ler seus textos e me deparei com esse... quero muito continuar do seu lado, seja nos momentos perfeitos ou imperfeitos... porque a vida é o conjunto deles, com você eu consigo passar por ambos sempre de bom humor. Amiga, você é linda... meus dias de 2010 estão cada vez mais confortáveis graças a você!
ontem a night não foi tão boa, o chão do costa brava era reto, frio e seco... assim como as conclusões que eu tirei (ainda bem) ontem a noite.
As vezes um chão esburacado e derrapante faz parte, aliás, as vezes é até MUITO mais interessante... né?!

também não sei se vc vai achar sentido no meu comentário, que por sinal é quase um depoimento do orkut, mas tudo bem, haha.
TE AMO, estilosinha ;) hihih

Daniella Fleury disse...

e ah, só pra não perder o costume de ser chata "Acordei (juro que é a última vez que começo um texto assim)

HA-HA !